BELO HORIZONTE (17/11/2015) - O
presidente da Emater-MG, Amarildo Kalil, e o chefe -geral da Embrapa Milho
e Sorgo, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, assinaram, nesta terça-feira,
17, termo de cooperação entre as duas empresas. A iniciativa vai ampliar ações
já desenvolvidas em parceria pela Emater-MG e Embrapa, que beneficiam
agricultores familiares do Território da Cidadania Serra Geral, Norte de Minas,
inseridos no programa federal Brasil Sem Miséria.
O termo tem como objetivo o
intercâmbio de conhecimentos e de experiências entre Emater-MG e Embrapa. Pelo
acordo, entre 2015 e 2017 serão construídas 86 unidades de aprendizagem,
voltadas para a produção de sorgo, mandioca, avicultura e agroecologia. Também
haverá dias de campo e treinamento dos extensionistas da Emater-MG. Serão
construídas 200 bacias de capitação de águas de chuva e a implantação de uma
Unidade de Referência Tecnológica (URT), no município de Porteirinha. Em
2015, foram beneficiados 50 agricultores familiares pelas ações conjuntas entre
Emater-MG e Embrapa. O trabalho faz parte do plano “Ações integradas de
construção de conhecimentos e transferência de tecnologias em apoio ao Plano
Brasil Sem Miséria no Território da Cidadania Serra Geral”.
“A ideia é levar conhecimentos e
tecnologias para que os produtores consigam conviver com a situação extrema de
seca naquela região. Com a assinatura do termo, nós pretendemos ampliar um
trabalho que vem sendo feito desde 2014 e que deu resultados positivos”, diz o
gerente de Consultoria da Emater-MG, Cláudio Bortolini. Em 2014, foram construídas
16 unidades de aprendizagem e beneficiados diretamente 47 agricultores.
Bortolini ressalta que essas unidades são fundamentais para a divulgação de
novas tecnologias, beneficiando indiretamente mais produtores.
“A Emater-MG entra com a parte de
mobilização e orientação técnica dos agricultores e a Embrapa leva as
tecnologias selecionadas para o Norte de Minas, como palma forrageira, mudas de
mandioca de alta qualidade e forragem para o gado durante a seca. Além disso
haverá a capacitação dos próprios pesquisadores e extensionistas nessas
tecnologias, que podem promover a sustentabilidade do agronegócio”, afirma o
chefe-geral da Embrapa, Antônio Purcino.
O termo de cooperação prevê ainda a
colaboração entre Emater-MG e Embrapa na formulação, avaliação e implementação
de políticas públicas; o compartilhamento de tecnologias em apoio às ações do
Brasil Sem Miséria; possibilitar modelos de gestão adequados aos
empreendimentos produtivos a serem implementados, levando-se em consideração as
especificidades socioeconômicas e culturais do território; e fomentar a ação
conjunta entre a Emater-MG e a Embrapa para a realização de estudos, pesquisas,
eventos e ações.
“A extensão rural não pode ficar
distante da pesquisa. A Embrapa, como instituição de pesquisa, gera as
tecnologias. Mas, as empresas de assistência técnica só conseguem levar essa
informação até o campo a partir do momento em que elas conhecem essas
inovações. Essa união com as instituições de pesquisa é fundamental para o
desenvolvimento do nosso trabalho”, disse o presidente da Emater-MG, Amarildo
Kalil.
Brasil Sem Miséria
O Brasil Sem Miséria é uma iniciativa
do governo federal. Em Minas Gerais, ele é executado pela Emater-MG que faz o
diagnóstico, elabora o projeto, com base no que deseja a família beneficiária.
A empresa também faz acompanhamento da implantação, por meio de visitas
determinadas, em metas estabelecidas. O trabalho envolve parceria entre o
Governo de Minas, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)
e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O programa é direcionado aos
brasileiros que vivem em lares cuja renda per capita é de R$ 77 por
pessoa. A Emater-MG já atendeu, em 2015, 10 mil famílias dentro
do programa Brasil Sem Miséria. A meta é atender mais 12 mil famílias até 2017.
De acordo o Censo 2010 do IBGE, estão
nesta situação 16,2 milhões de brasileiros. O programa repassa o valor de R$
2,4 mil para cada família atendida, por meio do cartão Bolsa Família,
para execução de pequenos projetos produtivos, como a implantação de hortas e
criação de pequenos animais, entre outros.