O Ministério dos Transportes deve analisar a inclusão de três linhas
mineiras no programa de trens de passageiros, além das três em estudo pelo
governo de Minas. Prefeituras do interior do estado fizeram solicitação ao
governo federal para que sejam feitos estudos de viabilidade econômica para os
trechos que ligam Montes Claros a Janaúba e Januária, no Norte; Uberlândia,
Uberaba, Araguari, no Triângulo, e Araxá, no Alto Paranaíba; e Lavras e
Varginha, no Sul. Caso os pedidos sejam acatados, as linhas se somam a 14
consideradas prioritárias pela União em todo o país e que totalizam quase 2 mil
quilômetros.
Atualmente, no que tange ao projeto de trens de passageiros do Plano de
Revitalização das Ferrovias, seis trechos estão com estudos em andamento. As
linhas estão localizadas no Rio Grande do Sul (2), Paraná (1), Bahia (1), Piauí
(1) e Maranhão (1). Em relação a dois deles, o Ministério dos Transportes já
abriu consulta pública sobre os estudos: Caixas do Sul a Bento Gonçalves, no
Rio Grande do Sul, e Londrina a Maringá, no Paraná. Os processos ficarão
abertos até o dia 30, com objetivo de colher subsídios para reforçar os estudos
elaborados durante a década de 1990. Em maio deve ser realizada audiência
pública em Brasília para que moradores e governos opinem sobre os projetos. “A
ideia é que técnicos da área deem contribuição para que caso necessário sejam
feitas correções”, afirma o coordenador do programa de trens de passageiros do
Ministério dos Transportes, Euler Costa Sampaio.
Sobre as linhas mineiras, ele explica que foram feitos contatos e as
prefeituras primeiro precisam preencher formulários com informações sobre o
trecho para que os técnicos do ministério verifiquem a necessidade do trecho.
Os dados extrapolam o nível de interesse. Aprovados, em parceria com
instituições de ensino (a Universidade Federal de Minas Gerais é uma das
parceiras) são feitos estudos para mostrar origem e destino; nível de demanda e
a caracterização da malha. No caso da linha do Triângulo, alguns dados já foram
levantados e falta agendamento de reunião para discutir possível participação
da Universidade Federal de Uberlândia no processo. “A julgar pelo porte das
cidades, tem sua atração”, avalia o coordenador do programa, que lembra que os
projetos são para unir cidades com distância entre 100 e 200 quilômetros.
Estudos
No entanto, ainda não há definição sobre como os projetos podem sair do
papel. “Os estudos permitirão uma tomada de decisão”, afirma Sampaio. São duas
as possibilidades: concessão e inclusão no Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). A primeira tem sido a mais discutida. Mas a segunda também
pode ser adotada em alguns casos. Em relação à linha Londrina-Maringá, por
exemplo, é estudada inclusão no PAC das Cidades Médias.
Das três linhas em estudo pelo governo de Minas – BH-Sete
Lagoas-Divinópolis, Belvedere (BH)-Brumadinho e BH-Conselheiro Lafaiete –, as
duas primeiras estão com estudos quase concluídos. A previsão era de que fossem
entregues em fevereiro, mas o prazo foi estendido para junho. A expectativa é
de que o governo publique ainda este ano edital para PPP de ambos. Em relação
ao terceiro, a Secretaria Estadual de Gestão Metropolitana está fazendo o
estudo em parceria com a UFMG, pois nenhuma empresa se mostrou interessada.
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