A exigência de nota mínima no
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para a disputa de bolsas de intercâmbio
no programa Ciência sem Fronteiras provocou reclamações entre os estudantes de
graduação. Nesta terça-feira, 4, o governo federal abriu novas chamadas para o
programa em cinco países: Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Japão e Hungria.
Nos editais, os candidatos encontraram a obrigatoriedade do critério.
Os universitários que pretendem
concorrer às bolsas devem "obrigatoriamente ter obtido nota no Enem igual
ou superior a 600 pontos, em exames realizados a partir de 2009", diz o
texto. Essa é a primeira vez que o exame aparece como um critério de caráter
eliminatório.
Muitos alunos que ingressaram
nas universidades antes de 2009 e fizeram a seleção através de vestibulares
disseram, no Facebook, que podem perder a oportunidade de participar do
programa. Eles alegam que, como outra exigência é ter cursado, no máximo, 90%
das disciplinas do curso, muitos dos veteranos não terão tempo de fazer o Enem
ainda este ano.
Além disso, reclamam que a
avaliação para um programa da graduação tenha como base uma prova que avaliou o
desempenho dos alunos ainda no ensino médio e questionam a eficácia do exame,
que apresentou falhas em suas últimas edições. Na rede social, um
abaixo-assinado para a remoção do Enem como critério principal conta com cerca
de 4.500 assinaturas. "O Programa Ciência sem Fronteiras é um avanço para
a educação no Brasil, entretanto o programa utiliza a nota do Enem como
principal critério de classificação, o que é incoerente. Torna-se necessário
uma reconsideração dos métodos avaliativos", dizem os estudantes.
O Ministério da Educação (MEC)
já sinalizou que pretende manter os critérios de seleção. Desde a sua criação,
em 2011, o Ciência sem Fronteira já concedeu 41.133 bolsas de intercâmbio. As
inscrições abertas neste terça-feira vão até o dia 8 de julho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.