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JOSÉ
VÍTOR CAMILO
Somente neste ano 13 cidades
mineiras decretaram situação de emergência em decorrência da longa estiagem que
vem atingindo o Estado. Em dezembro do ano passado, outros sete municípios
também tomaram a medida pelo mesmo motivo. Até esta terça-feira (3), o total de
118 decretos continuavam vigentes no Estado, sendo que 80% deles fazem parte do
período de seca dos meses de agosto, setembro e outubro do ano passado.
A
informação foi divulgada no boletim diário da Coordenadoria Estadual de Defesa
Civil (Cedec), sendo que dos 13 municípios cinco estão localizados na região
Norte do Estado. Apesar da situação crítica dos reservatórios do Estado, o
órgão não considera que estes decretos sejam novidade, já que também ocorreram
no primeiro mês de 2013 e 2014. Entretanto, os registros nos outros anos foram,
respectivamente, de seis e oito municípios.
Neste ano, a última a assinar o decreto, na última quarta-feira
(28), foi Riacho dos Machados, cidade de cerca de 9 mil habitantes localizada
no Norte de Minas. Somente na última segunda-feira (26), outros três municípios
adotaram a medida, sendo eles Mathias Lobato, no Vale do Rio Doce, Cachoeira do
Pajeú, no Jequitinhonha, e Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata.
São Francisco, no Norte do Estado, decretou emergência por conta
da estiagem no último dia 23 de janeiro, mesma data em que o prefeito de Ubá,
na Zona da Mata, também assinou o decreto. As outras cidades que também
adotaram a medida em 2015 são: Felício dos Santos (21/01), no Jequitinhonha;
Formoso (22/01), na região Noroeste; Nova Porteirinha (19/01), no Norte;
Itambacuri (19/01), no Rio Doce; Francisco Badaró (14/01), no Jequitinhonha;
Mamonas (12/01), no Norte do Estado; e Brasília de Minas (12/01), também no
Norte.
Das sete cidades que decretaram a situação de emergência no último
mês de 2014, seis também são do Norte do Estado, sendo elas Mato Verde, Vargem
Grande do Rio Pardo, Montes Claros, São João das Missões, Bonito de Minas e
Riachinho. Apenas Berilo, localizada no Jequitinhonha, também assinou o decreto
em dezembro.
O número de municípios em situação de emergência por conta de
seca e estiagem cairá para 118 nesta terça-feira (3), quando o decreto da
cidade de Capitão Enéas, também no Norte do Estado, deixará de ter validade.
No fim de janeiro, a Cedec divulgou que dos 224 municípios
mineiros que funcionam com redes de abastecimento locais, 49 já estão operando
com racionamento e outros 14 implementaram o sistema de rodízio. Nos municípios
abastecidos pela Copasa, 87 apresentam restrição no fornecimento de água e,
destes, 62 estão em situação de eminente colapso de abastecimento. Campanário,
no Vale do Rio Doce e Urucânia, na Zona da Mata já se encontram em colapso.
Como
funciona o decreto
O decreto de estado de emergência é um ato administrativo que
visa encontrar uma situação jurídica especial para facilitar a resolução do
problema. Ainda conforme o Cedec, eles tem uma duração de seis meses (180
dias), sendo que o decreto pode ser arquivado antes desse prazo caso a situação
se normalize ou a emergência não seja confirmada após análise. Com isso,
nesta quinta-feira (22) o número de municípios em emergência pela seca passará
para 109, uma vez que um dos decretos em vigência nesta quarta-feira passará do
prazo.
Além de auxiliar os municípios a angariarem benefícios com o Governo
Federal ou Estadual, o documento também possibilita a dispensa das licitações
em caso de serviços ou produtos adquiridos para amenizar as dificuldades
vividas nos municípios. O benefício é garantido pelo artigo 24 da Lei 8.666,
entretanto, para conseguir a dispensa é preciso seguir várias normas
pré-estabelecidas, como a comprovação da urgência da contratação, exposição do
motivo da escolha do contratado, justificativa de preço e que a contratação
seja feita dentro dos 180 dias desde o decreto, entre outras.
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